quinta-feira, 25 de setembro de 2008

GRIPPI, Sidney. ATUAÇÃO RESPONSÁVEL & DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Os grandes desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2005


Resenha dos capítulos V a VII (pág. 25 a 46)
A segunda parte do livro está envolta em uma série de casos exemplificando a contaminação ambiental. Muitos desses casos provocados por empreendedores do Hemisfério Norte e não por empresas nacionais como muitos de nós costumamos imaginar, visto inclusive que muitos destes têm sido um modelo de desenvolvimento. A forma como se deu a contaminação no solo, nos recursos hídricos não só com metais pesados, mas também com agroquímicos e minérios atômicos, onde inúmeras concessionárias do Governo Brasileiro os empurram com a barriga até nas restingas e manguezais, é abordado de uma maneira simples e objetiva. Fato preocupante, afinal, está se permitindo que tudo seja destruído, contaminado, deteriorado e dadas vezes sequer procuramos entender a quão profundo e grave estão se tornando a contaminação tanto em nosso solo quanto em nossos recursos hídricos, que como já abordado na postagem anterior, é por nós tratado como se fosse um bem infinito e não o bem maior e tão necessário à nossa sobrevivência. É desconhecido inclusive o fato de que muitas organizações internacionais utilizam-se até mesmo de instrumentos como ISO 14001 para travestirem-se de empresas ecologicamente corretas, essa ferramenta que aos olhos do consumidor é o retrato de produtos certificados ecologicamente. E o que dizer então de empresas possuidoras de nome ilibado ao nível internacional envolvidas em escândalos ambientais? Que em diversos momentos tentaram enganar o consumidor e as instituições ambientais federais e estaduais brasileiras? Aos olhos do autor, até mesmo o IBAMA possui sua parcela de fragilidade, pois, em inúmeros momentos aparece única e exclusivamente como cobrador de taxas do que como o órgão que veio para atuar sobre irregularidades que os códigos ambientais não permitem. É possível perceber que este órgão age muito mais pela denúncia que preventivamente. Em contrapartida, podemos verificar atuações exemplares do terceiro setor ecológico, que se tem mostrado muito combativo e competente, embora sempre sem qualquer recurso.
Ao abordar o tema Ecoeficiência, pode ser percebido que existem organizações preocupadas em realmente adotar a ecoeficiência para satisfação do consumidor de seus produtos e serviços. No artigo em estudo, será demonstrada essa preocupação por parte de uma dessas organizações. É perceptível que um trabalho sério, engajado com responsabilidade e respeito ao ambiente, não faz com que uma empresa seja melhor ou pior do que as demais, faz apenas com que percebamos que agir de forma ecologicamente correta é abraçar e agradecer à Natureza pelos bens que ela nos oferece, que na maioria das vezes tomamos para nós sem sequer pedirmos licença.
Quando da leitura do tema Meio Ambiente e Cidadania é impossível não nos transportarmos para as páginas do capítulo como uma personagem, sentindo vontade de atendermos a todos os seus apelos e vivenciarmos todas as suas angústias. Instrumentos como conselhos municipais de defesa do meio ambiente, Agenda 21, fiscalização por parte dos órgãos do SISNAMA, criados como mecanismos de atuação ambiental dos governos, poderiam ajudar muito mais neste processo de educação ambiental não só com atuações eficientes e honestas, mas, tendo um caminhar conjunto de todos os cidadãos merecedores e necessitados sim de um suporte educacional, pois, em coro com as palavras do autor “falar em desenvolvimento sustentável sem suporte educacional é persistir no engano”. A educação ambiental é um processo de conscientização onde as pessoas aprendem a se relacionar de uma maneira mais correta com o meio ambiente. É preciso que cada cidadão perceba o que pode acarretar para ele mesmo cada uma de suas atitudes, enxergue o que representa para o meio ambiente jogar uma latinha de refrigerante pela janela dos veículos. Atos individuais causam um impacto negativo na natureza. Para alguns educadores tais atos não significam falta de educação, mas sim, “má informação”. Falta de educação ou má informação, não importa. O que precisamos é procurar cuidar melhor de nosso LAR. Que haja desde cedo um respeito pelo meio ambiente, garantindo a sobrevivência das gerações futuras, que conseqüentemente estarão mais conscientizadas. E como bem abordado também pelo autor neste capítulo, que não nos deixemos envolver por palavras bonitas, porém demagógicas “principalmente daqueles aventureiros que aparecerão defendendo a causa ambiental e sequer sabem definir o que vem a ser desenvolvimento sustentável”.

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