terça-feira, 21 de outubro de 2008

GRIPPI, Sidney. ATUAÇÃO RESPONSÁVEL & DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Os grandes desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2005

Resenha dos capítulos XI a XIV (pág. 65 a 85)
A quarta e última parte do livro nos remete a assuntos já conhecidos, porém, ainda não muito bem resolvidos como é o caso da poluição nos rios e também os crimes ambientais. No caso do capítulo que trata da poluição dos rios, abrange até mesmo as responsabilidades dos Comitês de Bacias, focando como exemplo, o caso Rio Paraíba do Sul – Trecho Fluminense, fazendo-se saber inclusive que as eleições ocorridas no ano de 2004 para composição da coordenação do Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), foram realizadas em Juiz de Fora. Deparamo-nos neste capítulo com os acertos e desacertos do funcionamento de um comitê de bacia hidrográfica e a importância que os mesmos representam na gestão democrática das águas de uso humano. Para o uso das águas das bacias hidrográficas, existe e está em uso atualmente no Brasil, uma moderna legislação, criada por decreto federal. Com o acompanhamento atencioso de cada palavra escrita pelo autor, podemos observar que os comitês somente chegarão a um funcionamento real ao qual foram prognosticados, se houver um comportamento honesto, ético e jurídico de todos, pois, em não havendo uma atuação responsável, os comitês de bacias hidrográficas se transformarão facilmente em instrumentos do poder, de uso politiqueiro. Isto porque inúmeras prefeituras a espera de recursos do CEIVAP deixaram de investir um único centavo na área de saneamento o que pode ser verificado neste trecho descrito pelo autor: "O que era uma responsabilidade nata das prefeituras, foi repassado, sabe-se lá, ardilosamente ao Comitê, que poderá virar um grande balcão de negócios políticos fora do verdadeiro interesse ambiental". Um assunto polêmico e bastante sério que precisa ser tratado com maior seriedade pelos gestores municipais e necessita de um conhecimento maior por parte da população, para que a mesma possa cobrar o que lhe é de direito, os chamados compromissos concretos com a sociedade em prol do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida.
Ao iniciarmos a leitura do capítulo cujo título é “A legislação e os crimes ambientais”, orgulhamo-nos ao ler sua frase inicial: “A legislação ambiental brasileira é a mais completa do mundo”. Apesar de percebermos que existem algumas irregularidades gerando inclusive a necessidade de uma corregedoria ambiental para estes casos, vemos com satisfação que concomitantemente a essas irregularidades, o Ministério Público vem cumprindo a sua parte na instauração dos inquéritos civis, fato esse que só se tornou possível com a lei de atos lesivos praticados contra o meio ambiente. Essa atuação vem gerando uma série de serviços obrigatórios em organizações não governamentais e de proteção ambiental por um grande contingente de administradores que, sem ônus e à disposição dessas entidades prestam serviços realmente relevantes para as sociedades. Apesar de citar exemplos desastrosos como o vazamento de óleo na Baía de Guanabara, ocorrido nas operações da Petrobras, encontramos também exemplos a serem seguidos como veremos no artigo em estudo, numa demonstração de que é possível se fazer valer a essência do binômio produzir mas preservar.
Quando do último capítulo do livro o que encontramos é um encerramento diferente, pois, não deparamo-nos com uma nova denúncia ou mesmo um questionamento. O que temos é uma cópia dos “Princípios da Carta da Terra” de fundamental importância para todos para uma ajuda cada vez maior da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável. Os mandamentos da Carta da Terra deixaram de ser uma filosofia, algo romântico e passou a ser um procedimento obrigatório diante da escassez da água, mudanças do clima, intoxicação ambiental e explosão demográfica sem controles. E mais uma vez utilizando as sábias palavras do autor: “Sejamos responsáveis em prol das gerações futuras, dando-lhes, ainda, uma chance para sobreviver e fazer melhor do que fizemos”.

Manejo Florestal

(Cláudio Blanc, Revista Aquecimento Global, Ano 1, nº 5, Julho 2008)
Resumo:
O Acre é um dos estados da região Amazônica que utiliza o desenvolvimento sustentável, sem a destruição de sua floresta, onde a conservação e defesa, a luta pela inclusão social, pelo interesse dos seringueiros e ribeirinhos, serviu de base para a formulação de uma proposta de desenvolvimento sustentável adotada pelo estado nos últimos nove anos. Sendo um dos pouquíssimos estados que tem uma Secretaria de Florestas, mantém atualmente 400 (quatrocentas) famílias praticando o manejo comunitário e até 2010 pretende elevar este número para 1000 (mil) famílias e fazer com que pelo menos 50% da população madeireira sejam certificadas. Com políticas elaboradas de acordo com os diferentes tipos de florestas públicas estadual, comunitária, privadas e plantadas pela Secretaria Estadual de Floresta (SEF), garante a permanência das famílias aos rendimentos sócio-econômicos; procura recuperar áreas degradadas, atuando também nos campos industriais voltados para a preservação da floresta. É sem dúvida um modelo a ser seguido pelos demais estados da Amazônia.

Análise crítica:
Por se tratar de um capítulo de denúncias contra o meio ambiente, o artigo converge-se por demonstrar um resultado positivo ao se trabalhar com e em prol do mesmo. Numa demonstração de práticas respeitosas enlaçadas com os oferecimentos da natureza, não só fica o exemplo de que quando se pratica o manejo comunitário, recuperam-se áreas degradadas e atua-se na preservação das mesmas, o resultado será sempre favorável. Há que se fazer valer o grito de socorro das florestas, a continuidade das punições àqueles que praticam atos ilegais contra o meio ambiente, para que tenhamos pontos acrescidos em nossas esperanças de melhoria do ambiente em que vivemos ambiente este que necessita cada vez mais de atuações responsáveis por parte não só dos gestores públicos, mas, de cada um de nós, para que se faça desta forma um lugar cada vez melhor de se viver.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

GRIPPI, Sidney. ATUAÇÃO RESPONSÁVEL & DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Os grandes desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2005

Resenha dos capítulos VIII a X (pág. 47 a 64)
A terceira parte do livro está voltada para alertas, denúncias e possíveis soluções para problemas ligados principalmente à contaminação do solo tanto pelos agrotóxicos como pela escória de alto-forno (subproduto da indústria siderúrgica). O capítulo em que o autor expõe sua total indignação pela maneira como foi imposto à sociedade o uso desnecessário dos “defensivos milagrosos” na agricultura está batizado por ele como “A Praga Institucionalizada”. Uma indignação perceptível em cada palavra, onde conta em poucas linhas, o histórico do veneno no Brasil e as histórias fantásticas contadas ao povo completamente desinformado, povo este que por seu total desconhecimento e fácil domínio, morreu, se matou, ficou severamente intoxicado, fazendo inclusive com que precocemente jovens fossem aposentados por incapacidade de trabalho, gerando gigantescos prejuízos ao sistema de saúde. Comenta também sobre o Receituário Agronômico, que usando de argumentos logicamente inconsistentes, foi instituído na realidade mais para aumentar a venda de defensivos agrícolas do que uma ajuda no combate a fome no Brasil. Esse receituário, por conseguinte, isenta o fabricante da responsabilidade pelas mortes e intoxicações causadas, colocando a mesma nas mãos do agricultor e do receitante. Observa-se então uma enorme preocupação por parte do autor com o uso indiscriminado desses produtos, beneficiando desta forma o leitor com inúmeras recomendações quanto ao uso, armazenamento e relacionamento dos mesmos, que segundo suas palavras “Foram os alemães os primeiros a inventarem a arma química que hoje é chamada ardilosamente e ingenuamente de ‘defensivo agrícola’”. Soluções como o uso de variedades vegetais resistentes às pragas endêmicas de determinada área geográfica; rotação de culturas; adubação adequada; uso de armadilhas mecânicas ou naturais; controles biológicos que não trazem malefícios à cultura são algumas posturas essenciais para se ver livre da dependência do agrotóxico. O artigo em estudo irá mostrar outra solução para o não uso dos agrotóxicos, uma técnica inteligente de agricultura: as agroflorestas.
No capítulo sobre as escórias geradas em grandes quantidades pelas aciarias brasileiras, foi demonstrada através de cada palavra exposta, a forma incorreta quanto ao seu destino final induzida tanto pelo gerador quanto pela autoridade municipal. As informações aqui prestadas são de suma importância e ao mesmo tempo salutar para a sociedade que desconhece os perigos advindos da escória e conseqüentemente continua se expondo a esse inimigo oculto e enganoso presente em inúmeras cidades industriais do Brasil. Sob a ótica do autor “a reciclagem e a incorporação do produto são o caminho ecologicamente correto”.
A Agenda 21 também está presente. Mais uma vez nos colocamos como personagens do capítulo, ao percebermos que estamos entre os inúmeros cidadãos brasileiros que ainda não acordaram para a responsabilidade dessa importante ferramenta dos municípios e estados brasileiros. E mais incrível ainda, percebe-se através das palavras do autor que a esmagadora maioria dos municípios sequer sabe o significado deste projeto. Sentimo-nos então na obrigação de conhecermos o verdadeiro conteúdo da Agenda 21 brasileira, que se volta para infra-estrutura e integração regional; cidades sustentáveis; agricultura sustentável; gestão dos recursos naturais; redução das desigualdades sociais; ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável. Precisamos torná-la uma realidade nacional, para que possamos garantir pelo menos saneamento básico para parte da sociedade brasileira ainda desprovida de tal recurso, garantindo-lhes assim melhor qualidade de vida.

AGROFLORESTAS - O feliz casamento entre a agricultura e a floresta

(Cláudio Blanc, Revista Aquecimento Global, Ano 1, nº 5, Julho 2008)
Resumo:
Esta técnica pouco conhecida está entre as formas mais inteligentes de agricultura, cujo princípio é a união da agricultura à floresta. Além de ser responsável pelo desmatamento, a produção de alimentos em grande escala é um dos maiores agentes poluidores. Toneladas de pesticidas penetram no solo, vazam para os rios e mares ou escapam para a atmosfera contaminando e envenenando nosso planeta. A alta diversidade de vida resultante da união da agricultura à floresta, o manejo com árvores, arbustos e ervas nativas ajudam a enriquecer o solo e reduzir o número de doenças e pragas sem a necessidade de agrotóxicos, estendendo-se também para a pecuária, recuperando áreas degradadas, contribuindo para a alimentação dos animais com frutas ou folhagens, aumentando a fertilidade dos solos e sua estrutura física. A natureza ensina que se pode consumir e produzir de forma sustentável sem agredir o meio ambiente.

Análise Crítica:
A convergência do artigo em estudo com o capítulo do livro se faz quando nos é mostrado soluções para o não uso dos agrotóxicos. Percebe-se nas palavras descritas, que depende muito de todos nós através da conscientização e educação, entendermos que a natureza é sábia e que se soubermos tirar proveito da alta biodiversidade de vida podemos chegar a um equilíbrio ecológico, evitando o uso indiscriminado de agrotóxicos e o aumento exagerado de grandes áreas de desmatamento. Percebe-se que é possível aumentar a produção sem destruir e também equilibrarmos e recuperarmos áreas degradadas com o manejo inteligente do meio ambiente.