sexta-feira, 12 de setembro de 2008

GRIPPI, Sidney. ATUAÇÃO RESPONSÁVEL & DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Os grandes desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2005

Resenha dos capítulos I a IV (pág. 1 a 24)

A primeira parte do livro nos leva a inúmeras considerações e reflexões sobre os aspectos em que atualmente se encontram o nosso Planeta, onde se percebe a preocupação latente de exercício do poder e a forma como os governos e nações mais ricas agridem a natureza, sem sustentabilidade. Perigosas alterações noticiadas diariamente estão sendo geradas segundo o autor, devido aos processos industriais e o sistema capitalista praticado pelos "ricos". A discussão sobre o equilíbrio necessário para que a Terra suporte os impactos causados pela industrialização e os efeitos do próprio homem diante do crescente cenário demográfico não é o bastante. Realmente precisamos nos conscientizar cada vez mais e quem sabe fazendo a parte daqueles que não querem ou não sabem fazer a sua, além de fazermos a nossa.
E o que dizer então sobre o uso de nossa água, que continua sendo gasta perdulariamente com se fosse um bem infinito, além de ser irresponsavelmente poluída com resíduos industriais, com agroquímicos, com esgotos sanitários, utilizando os rios, riachos, valetas como lixões, abordado de forma tão simples e ao mesmo tempo estarrecedora, demonstrando o quão é importante cuidarmos enquanto é tempo deste bem tão precioso que brevemente será segundo ele, "o próximo passo da ganância". Essa abordagem também se insere no artigo em exame.
No terceiro capítulo é apontado o desenvolvimento sustentável em todos os níveis, como a única saída ainda viável para a manutenção da raça humana na face da Terra. Fatos alarmantes? Em face de todos os acontecimentos a resposta vem em uma pequena palavra: NÃO. Inúmeros acontecimentos que parecem às vezes imperceptíveis, são a continuidade da contribuição de uma atmosfera agredida e em rota de desequilíbrio.
E finalmente, no capítulo IV onde o título já diz tudo: "Século XX, o século da degradação", está registrada de forma eloqüente a destruição inconseqüente dos ecossistemas florestais brasileiros, começando pela floresta amazônica, passando pelos serrados, mata atlântica e desembocando nas zonas costeiras e de restingas. O que já havia sido abordado como um pecado dos "ricos" é exposto em relação a nossos pecados capitalistas, onde, não existem quaisquer compromissos por parte dos usurpadores desses ecossistemas com gerações vindouras. Para o autor "sempre se tratou o patrimônio natural como um negócio particular sem qualquer responsabilidade social ou ecológica". Será nunca percebemos isso ou não nos demos conta? Afinal, como diz o velho ditado "sempre colocamos a tranca na porta, depois de ter sido arrombada". Vivenciam-se também nesse capítulo, denúncias vindas do povo agredido em seu ambiente natural e, dadas vezes a existência de "negociações" com os causadores de desastres e com as destruições florestais, nos remetendo a vivenciar impunidade construída. E então nos perguntamos, até quando denunciantes terão que se desgastar ou até mesmo tornarem-se réus? Até quando continuará existindo a impunidade para crimes cometidos contra a natureza? São esses crimes ambientais que nos remetem cada vez mais a um estado de alerta em relação à degradação de nosso Planeta. E se não houver exemplo, não haverá salvação.

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